18 de setembro de 2020
Ação da Usiminas sobe 5% com recomendação e Ambev salta com sinais de retomada Petrobras avança 2% após Opep+

SÃO PAULO – A sessão desta quinta-feira (17), mais uma vez, foi de forte volatilidade para o Ibovespa. Porém, guiado por commodities, o índice conseguiu fechar com ganhos.

Entre as altas do Ibovespa, o destaque ficou para a Usiminas (USIM5, R$ 11,44, +5,15%), que teve a recomendação elevada pelo Credit Suisse para neutra.

Os papéis da Ambev (ABEV3, R$ 13,16, +4,78%) também registraram fortes ganhos. A Confederação Nacional das Revendas Ambev e das Empresas de Logística da Distribuição (Confenar), que reúne 110 revendas da Ambev e responde por cerca de 30% da distribuição da cervejaria no Brasil, relatou crescimento de 8,2% em suas vendas no acumulado do ano até agosto, de acordo com informações do Valor Econômico. Essas revendas atendem 400 mil estabelecimentos no país e geram vendas da ordem de R$ 14 bilhões por ano.

Conforme aponta o Credit, a notícia é positiva, sugerindo volumes sólidos no terceiro trimestre. “O ambiente competitivo mais favorável ainda está impulsionando o desempenho dos volumes de cerveja mais fortes, principalmente no canal externo”, apontam os analistas do banco suíço.

Esperava-se um crescimento mais forte das distribuidoras com foco no pequeno e médio varejo, dada a mudança de bares e restaurantes em meio a restrições relacionadas ao vírus, mas sugere que a demanda por cerveja continua em recuperação no Brasil, Leandro Fontanesi, analista do Bradesco BBI, escreveu em nota. O volume de cerveja da Ambev no Brasil deve crescer 3,6% no terceiro trimestre ante o ano anterior, de acordo com o Bloomberg Consensus.

Atenção ainda para a Vale (VALE3, R$ 62,08, +1,82%), que abriu em queda com um novo dia de queda para o preço do minério e analistas já apontando que a commodity passa por um ponto de inflexão após forte rali. Nesta quinta, o minério de ferro à vista com pureza de 62% negociado no porto de Qingdao (China) caiu 1,8%, a US$ 122,05 a tonelada. A commodity está sob pressão em meio aos crescentes sinais de que o aperto no mercado transoceânico, que elevou os preços a máximas históricas, está diminuindo com o aumento tanto dos embarques de mineradoras quanto dos estoques na China.

Contudo, a ação virou para alta, fechando com ganhos superiores a 1%, em uma sessão que fechou como positiva para praticamente todas as ações ligadas a commodities.

A Petrobras (PETR3, R$ 22,40, +2,05%;PETR4, R$ 22,15, +1,93%), por sua vez, teve ganhos expressivos seguindo o petróleo após começar o dia em tom “morno” na Bolsa, depois de duas sessões praticamente estáveis mesmo em meio à alta da commodity. As perspectivas dos analistas em um horizonte de prazo mais longo são positivas, mas eles destacam desafios de curto prazo para a companhia com temores sobre o preço do petróleo em meio à demanda ainda fraca enquanto que, internamente, os investidores aguardam por um julgamento importante no Supremo Tribunal Federal que pode influenciar a venda de ativos (veja mais clicando aqui).

Contudo, o petróleo fechou com ganhos nesta sessão com o encontro da Opep+ tendo um saldo positivo, com líderes sauditas sendo bastante incisivos ao condenarem vigorosamente os membros do cartel que não cumpriram as cotas de produção menor, enquanto o ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, disse que o grupo deve continuar se esforçando para cumprir o acordo.

Os futuros do petróleo Brent fecharam em alta de US$ 1,08, ou 2,56%, a US$ 43,30 por barril. O petróleo nos EUA encerrou em alta de 81 centavos de dólar, ou 2,02%, a US$ 40,97 por barril. Ambos contratos subiram mais de 4% na quarta-feira.

Por outro lado, os papéis das empresas ligadas ao setor de tecnologia e e-commerce, caso de Magazine Luiza (MGLU3, R$ 87,10, -2,32%), Lojas Americanas (LAME4, R$ 30,11, -2,49%), B2W (BTOW3, R$ 97,31, -1,21%) e Via Varejo (VVAR3, R$ 18,08, -0,44%), caíram acompanhando o movimento mais negativo de ações de tecnologia nos EUA.

Confira os destaques:

Maiores altas

AtivoVariação %Valor (R$)
USIM55.1470611.44
ABEV34.7770713.16
SUZB33.0264849.02
CSNA32.5751116.73
BRKM52.5385322.62

Maiores baixas

AtivoVariação %Valor (R$)
HAPV3-3.2910664.06
GNDI3-3.0058469.7
MRVE3-2.6872517.02
TOTS3-2.6758128.37
LAME4-2.4935230.11

Copel (CPLE6, R$ 65,75, +0,64%)

A Copel aprovou a publicação de edital para leilão da Copel Telecomunicações, com preço mínimo de R$ 1,4 bilhão. O leilão deve ocorrer no dia 09 de novembro de 2020 na B3. O prazo de entrega dos documentos de representação, das declarações e da garantia de proposta será até 05 de novembro de 2020.

Segundo o Credit Suisse, a notícia é positiva, mas já era esperada. O banco avalia um valor justo de R$ 1,2 bilhão para a empresa de telecomunicações. Em sua última atualização sobre a empresa, o banco mencionou os múltiplos para fusões e aquisições poderiam ficar em 10 vezes EV(Valor da empresa)/Ebitda, o que resultaria em R$ 1,9 bilhão.

Além disso, a Copel aprovou o pagamento da segunda parcela dos proventos referentes ao ano passado, no dia 30 de setembro de 2020. O valor total bruto é de R$ 321,5 milhões. Também foi aprovado o pagamento de dividendos complementares aos acionistas titulares de ações PNA, também no dia 30 de setembro. O valor total bruto é de R$ 781,3 mil.

Eletrobras (ELET3, R$ 33,30, -0,24%;ELET6, R$ 34,43, +0,23%)

A agência de classificação de risco Moody´s elevou o rating da Eletrobras de “Ba3” para “Ba2”. A agência também aumentou a avaliação de crédito básica da empresa (BCA) de “b1” para “Ba3”. A perspectiva para todos os ratings foi alterada de positiva para estável.

Segundo a agência, a atualização do BCA da Eletrobras para “Ba3” reflete a melhoria do perfil de crédito da empresa após suas iniciativas de redução de custos e reestruturação de negócios implementadas desde 2016. A atualização também incorpora melhorias na posição de liquidez da empresa, decorrentes da conclusão de iniciativas de gestão de passivos que alongaram o perfil de vencimento da dívida.

Plano & Plano (PLPL3, R$ 9,40, 0%)

A Plano & Plano, subsidiária da Cyrela, estreou na B3 estável. A companhia precificou suas ações a R$ 9,40 por papel durante sua oferta inicial (IPO).

O valor ficou abaixo da faixa indicativa de preço entre R$11,25 e R$ 15,25, com a captação de R$ 690 milhões.

BRF (BRFS3, R$ 21,36, +0,05%)

A BRF precificou uma oferta no exterior de senior notes no valor de US$ 500 milhões. Segundo a empresa, a demanda dos investidores excedeu a oferta em dez vezes. As Notes serão devidas em 21 de setembro de 2050, remuneradas à taxa de 5,750% ao ano e os juros serão pagos semestralmente, a partir de 21 de março de 2021.

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 87,10, -2,32%) e Amazon (AMZO34, R$ 7.825,00, -3,52%)

Atenção ainda às declarações do ministro das Comunicações Fábio Faria, de que há cinco empresas interessadas na privatização dos Correios. Segundo ele, a varejista Magazine Luiza, a gigante americana do e-commerce Amazon e as empresas de logística estrangeiras DHL e FedEx estão interessadas na compra da estatal. Embora tenha dito cinco interessadas, o ministro citou nominalmente apenas quatro empresas, segundo o Estado de S.Paulo.

Leia mais: Ministro reafirma desejo de privatizar Correios e diz que Magazine Luiza e Amazon estão no páreo por companhia

Segundo a Levante Ideias de Investimentos, em geral, a notícia é positiva como um todo para o ambiente de negócios no Brasil, pois a privatização dos Correios significaria um importante avanço na agenda econômica do governo e alguma redução do “custo Brasil”, em especial a alguns setores que dependem da infraestrutura de entregas e logística.

“Acreditamos que a aprovação da privatização dos Correios traria um impacto positivo no mercado devido a queda no ‘prêmio de risco’ que os investidores requerem para investir no Brasil”, apontam os analistas da casa de research.

“A recente greve dos funcionários dos Correios pode ter sido uma espécie de gota d’água para diversos agentes da sociedade ainda indecisos a respeito do tema, em especial à ala mais cética/avessa às privatizações. Neste tipo de trâmite, a testagem da comunicação e o apoio da população é algo bastante relevante e, neste caso, tudo indica que existe uma possibilidade real da estatal ser mesmo privatizada”, aponta a equipe de análise.

Para Magazine Luiza, destacam os analistas, a aquisição dos Correios certamente teria um impacto transformacional na sua tese de investimentos. Contudo, eles avaliam que a concretização do negócio está bastante distante e a disputa pelo ativo, caso ocorra, deve ser bastante acirrada e contar com mais concorrentes além dos citados. “O Mercado Livre (MELI) certamente deve ser um possível interessado o que transformaria a disputa pelos Correios uma ‘briga de gente grande’”, ressaltam.

O Magazine Luiza disse que não vai comentar o assunto.

Yduqs (YDUQ3, R$ 29,82, -1,91%); Cogna (COGN3, R$ 5,77, -1,03%); Anima (ANIM3, R$ 29,70, -2,53%)

O Bradesco BBI iniciou a cobertura de Arco e de Yduqs com ratings Outperform (acima de média) e preços-alvo para 2021 de US$ 55 e R$ 46, respectivamente. Para Cogna, Ser e Afya, o rating é Neutro. O preço-alvo de Cogna é de R$ 6,50; para Ser, é de R$ 19, enquanto para Afya é de US$ 29. Já a Anima tem rating Underperform (abaixo do mercado), com preço alvo de R$ 32.

Segundo relatório, o Bradesco BBI considera que a Yduqs está mais bem posicionada para aproveitar o crescimento do ensino à distância e dos cursos “premium”. Isso porque 14% e 28% da receita da empresa vem de medicina e ensino à distância, respectivamente. Além disso, a empresa tem valuation de 12 vezes PE 2021 (Preço/Lucro), com desconto de cerca de 50% em relação aos concorrentes.

A Anima é a que menos agrada ao banco devido à sua grande exposição ao ensino presencial e ao segmento de medicina superestimado em relação à Yduqs.

Já no ensino fundamental, o banco prefere a Arco em relação à Cogna. Existe um potencial de vendas complementares de cursos de idiomas, que devem representar 28% da receita da Arco e 6% da Vasta em 2021. “A Arco está bem posicionada devido ao foco no ensino fundamental, produtos de alta qualidade e oferta de cursos complementares.”

Usiminas (USIM5, R$ 11,44, +5,15%)

O Credit Suisse revisou o preço-alvo de Usiminas de R$ 6,50 para R$ 12 por ação e elevou a recomendação para Neutro. A atualização ocorreu para incorporar os resultados do segundo trimestre, a alta de preços de 10% em setembro e o aumento de 13% anunciado para outubro.

Além disso, a revisão inclui condições de demanda melhores que o esperado, com retração de 16,4% nas vendas domésticas no ano, ante previsão anterior de queda de 22,4%. No entanto, como a ação está avaliada hoje em 7,2 vezes EV (Valor da empresa)/Ebitda, ante um histórico de 6 a 6,5 vezes, o banco decidiu pelo rating neutro.

Segundo o relatório, a empresa relatou que o setor automotivo ainda está enfrentando algumas dificuldades, enquanto outros segmentos se recuperam com mais força, como o de eletrodomésticos, equipamentos agrícolas e energia renovável.

Lojas Quero-Quero (LJQQ3, R$ 15,00, +0,60%)

A Lojas Quero-Quero, que recém abriu capital, teve a cobertura de suas ações iniciada como outperform (desempenho acima da média) pelo Itaú BBA com preço-alvo de R$ 18, o que representa um potencial de valorização de 21% em relação ao último fechamento. O Bradesco BBI também iniciou cobertura com preço-alvo de R$ 19, um potencial recomendação de compra e preço-alvo de R$ 19, um potencial de valorização de 27%.

Vale (VALE3, R$ 62,08, +1,82%)

Segundo o Bradesco BBI, a Vale deve conseguir atingir uma produção de 345 milhões a 355 milhões em 2021, considerando como base uma produção de 310 milhões em 2020. Segundo o banco, a retomada da produção, a distribuição de dividendos e a redução dos riscos relativos a Brumadinho devem impactar positivamente as ações da mineradora.

Hoje, a ação opera a 4,5 vezes EV/Ebitda 2021, o que representa desconto de 30% ante as concorrentes australianas. Os múltiplos “normalizados” para a empresa seriam de 5,5 a 6 vezes, de acordo com o relatório. Sobre os dividendos, o BBI espera distribuição de US$ 5 bilhões em 2021, o que representa dividend yield de 8,5%. O banco tem rating Outperform para a Vale e preço-alvo de US$ 17 por ADR.

São Carlos (SCAR3, R$ 38,71, +0,39%)

A São Carlos Empreendimentos e Participações captou R$ 150 milhões por meio de uma Cédula de Crédito Bancário, com vencimento de 3 anos, juros remuneratórios anuais equivalentes a CDI + 1,50%. Os recursos dessa captação serão destinados para melhorar o perfil de endividamento da companhia.

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Fonte: infomoney

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